Vendo Jesus passar, João Batista anuncia aos seus dois discípulos: "Eis o Cordeiro de Deus". Ambos se animam, seguem Jesus e querem saber onde ele mora. As primeiras palavras de Jesus, no Evangelho de João, são questionadoras: "O que procuram?" Ele não Ilhes informa onde mora, mas os convida a conhecer por si próprios. Foram e ficaram com ele naquele dia.
André, um dos dois, convida seu irmão, Simão, para conhecer o Mestre. Segundo esse Evangelho, temos aí o início da comunidade de Jesus. Começa com a experiência que duas pessoas fazem de conviver com ele. Depois partilham a experiência e convidam outros a também fazê-la.
A pergunta de Jesus, dirigida aos discípulos, continua a desafiar: "O que procuram?" Não nos basta apenas procurar suprir as necessidades do dia a dia; somos chamados a buscar um sentido para a vida, o qual encontramos em Jesus e em seu Evangelho. Buscar o Mestre de Nazaré e deixar-se seduzir por ele leva à descoberta do sentido da vida. Quem não olha para o horizonte ou deixa de buscar, acomoda-se e arrisca perder o sentido do viver.
A pergunta dos discípulos também nos desafia: "Mestre, onde moras?" Eles estão dispostos a conhecer onde e como Jesus vive. Em um primeiro momento, não estão interessados nos ensinamentos do Mestre nem no que faz, mas sim em saber onde mora. Ao acompanhá-lo ao longo da vida, vão descobrir que ele não tinha sequer uma pedra onde reclinar a cabeça. Jesus encontrava-se com frequência no meio da multidão faminta e necessitada de cura.
Vivia junto aos doentes, aos pecadores, aos pobres... Fazia refeições com os que eram desprezados pelos "cidadãos de bem". Essas eram suas moradias favoritas.
Não encontramos Jesus somente na Eucaristia e no nosso coração. Ele está lá junto aos moradores de rua, junto aos doentes nos centros de saúde; caminha com os desempregados que buscam trabalho para o sustento da família, convive no barraco com a mãe aflita pela situação de suas crianças famintas... Ai mora Jesus! Quem se habilita a fazer a experiência com ele e segui-lo?
Pe. Nilo Luza, ssp
Imagem: Acervo Olha de Nossa Senhora
Texto retirado da Liturgia Diária Paulus (Janeiro 2024, Pag. 65 - 2º Domingo do Tempo Comum)