A Liturgia do 10º Domingo do Tempo Comum, Ano B, oferece um convite à reflexão profunda sobre temas fundamentais da fé cristã, trazendo à luz passagens bíblicas que iluminam nossa compreensão sobre a relação entre Deus e a humanidade, o significado da redenção e a importância da família espiritual.
O trecho da 1ª Leitura, extraído do livro de Gênesis (3,9-15), nos remete ao episódio da queda original, onde Adão e Eva desobedecem a Deus e são confrontados por Ele. Essa passagem nos lembra da responsabilidade humana diante das escolhas e das consequências que estas acarretam, mas também nos aponta para a misericórdia divina, que mesmo diante da desobediência, promete enviar um Salvador que irá redimir a humanidade.
O Salmo responsorial, com a frase "No Senhor toda graça e redenção!", ressalta a confiança e a esperança depositadas em Deus como fonte de salvação e libertação. Ele nos convida a reconhecer que toda graça e redenção vêm de Deus, e que é somente n'Ele que encontramos a verdadeira paz e plenitude.
Na 2ª Leitura, extraída da segunda carta aos Coríntios (4,13-18.5,1), somos convidados a refletir sobre a nossa condição humana frágil e passageira, contrastando-a com a eternidade da glória prometida por Deus aos que perseveram na fé. Paulo nos encoraja a não desanimar diante das tribulações, pois elas são passageiras e momentâneas, enquanto a recompensa eterna aguarda os fiéis.
O Evangelho de Marcos (3,20-35) nos apresenta diversos episódios onde Jesus é confrontado e mal interpretado, inclusive por sua própria família. Nessa passagem, Jesus amplia o conceito de família espiritual, afirmando que aqueles que fazem a vontade de Deus são seus irmãos, irmãs e mãe. Isso nos desafia a expandir nossa compreensão de família para além dos laços de sangue, reconhecendo que somos todos irmãos e irmãs em Cristo.
Assim, a Liturgia deste domingo nos convida a refletir sobre a nossa relação com Deus, a importância da confiança e da esperança nele, a transitoriedade das tribulações terrenas e a amplitude da família espiritual. Ela nos lembra que, apesar das dificuldades e desafios, podemos encontrar consolo e força na promessa da salvação e na comunhão com os nossos irmãos e irmãs em Cristo. Que possamos, portanto, viver de acordo com essa fé, buscando sempre fazer a vontade de Deus e acolhendo uns aos outros como membros de uma mesma família espiritual.