...que sai de casa, rindo, falando, conversando, homem e mulher, jovens, amigos. Tem-se a impressão que uns contam com os outros, uns pertencem aos outros. A menininha sai de casa de mãos dadas com a mãe, andando, quase dançando, sabe que é da mãe e que a mãe é dela.
O senhor idoso conversa com os amigos na praça, volta à casa do filho. Lá tem seu quarto, suas coisas, sua vida, suas gavetas. Ele pertence ao filho e à sua família. Vai sentar-se à mesa, tomar uma sopa, um cálice de vinho para ter boa circulação sanguínea.
Triste quando vemos esses adolescentes que não pertencem a ninguém, esses homens jogados à beira da estrada ou que ficam no bar até que o último cliente saia. Penso no presidiário sem visita, sem parente, sem ninguém. Sem Natal, sem aniversario, sem ninguém. A quem pertencemos?
Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
Imagem: Busca na Internet
Texto retirado das Folhinhas Sagrado Coração
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